O câncer de pulmão é a principal causa de morte por câncer no mundo. Apesar de altamente letal, ele pode ser diagnosticado precocemente em pessoas de risco por meio do rastreamento com tomografia computadorizada de baixa dose (TCBD). Durante o Agosto Branco, mês de conscientização sobre a doença, é fundamental reforçar a importância de saber quem deve fazer o rastreamento e quando começar.
Por que rastrear o câncer de pulmão?
O grande desafio no câncer de pulmão é que, em seus estágios iniciais, ele não apresenta sintomas claros. Tosse persistente, falta de ar, dor no peito ou perda de peso geralmente surgem em fases mais avançadas, quando as chances de cura são menores.
O rastreamento com tomografia de baixa dose permite identificar nódulos pulmonares suspeitos antes que eles evoluam, possibilitando tratamento cirúrgico precoce e taxas de sobrevida muito maiores.
Estudos internacionais, como o National Lung Screening Trial (NLST), mostraram que o rastreamento em grupos de risco pode reduzir em até 20% a mortalidade por câncer de pulmão.
Quem deve fazer o rastreamento?
O rastreamento não é indicado para toda a população, mas sim para pessoas em grupos de risco. As principais recomendações (SBPT, USPSTF e sociedades internacionais) incluem:
✔️ Idade entre 50 e 80 anos
✔️ Histórico de tabagismo: fumantes ativos ou ex-fumantes que tenham consumido pelo menos 20 maços/ano (ex.: 1 maço por dia durante 20 anos, ou 2 maços/dia por 10 anos).
✔️ Exposição ocupacional: trabalhadores expostos a agentes como sílica, asbesto ou outros cancerígenos ambientais, em associação com tabagismo.
Quando começar e quando parar?
🔹 Início: a partir dos 50 anos, ou antes, em indivíduos com fatores de risco adicionais e forte histórico tabágico.
🔹 Interrupção: geralmente recomendada após os 80 anos, ou quando a pessoa parou de fumar há mais de 15 anos, ou ainda se desenvolver doenças graves que limitem sua expectativa de vida e capacidade de tratamento cirúrgico.
Como é feito o rastreamento?
O exame de escolha é a tomografia computadorizada de tórax de baixa dose (TCBD):
- Rápido e indolor
- Baixa exposição à radiação
- Não requer contraste
- Detecta nódulos muito pequenos que não seriam vistos em radiografias simples
Conclusão
O rastreamento do câncer de pulmão é uma das estratégias mais eficazes para salvar vidas em pacientes de risco. Ele deve ser realizado de forma criteriosa, em pessoas com histórico de tabagismo ou exposição ocupacional, e sempre acompanhado por uma equipe multidisciplinar.
No Agosto Branco, reforçamos a mensagem de que diagnóstico precoce é sinônimo de mais chances de cura. Se você ou alguém próximo tem histórico de tabagismo, converse com um pneumologista ou cirurgião torácico e avalie a necessidade de realizar o rastreamento.
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Referências
- National Lung Screening Trial Research Team. Reduced Lung-Cancer Mortality with Low-Dose Computed Tomographic Screening. N Engl J Med. 2011;365:395-409.
- U.S. Preventive Services Task Force. Screening for Lung Cancer: Recommendation Statement. JAMA. 2021;325(10):962–970.
- Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT). Diretrizes para rastreamento do câncer de pulmão com tomografia computadorizada de baixa dose. J Bras Pneumol. 2018;44(4):337-346.
- World Health Organization. Cancer Today – Lung cancer fact sheet. IARC/WHO, 2023.