As metástases pulmonares são tumores que se originam em outros órgãos e se disseminam para os pulmões. Esse fenômeno é relativamente comum, já que o pulmão é um dos principais locais de disseminação de células cancerígenas devido à sua extensa rede de vasos sanguíneos e linfáticos.

Embora as metástases representem uma condição oncológica avançada, em situações específicas, a cirurgia torácica pode ter papel fundamental no tratamento, oferecendo controle da doença e aumento da sobrevida dos pacientes.

Quando considerar a cirurgia?

A ressecção de metástases pulmonares (metastasectomia) não é indicada para todos os pacientes. A decisão depende de uma avaliação cuidadosa feita por uma equipe multidisciplinar, que leva em conta:

✔️ O tumor primário precisa estar controlado ou ter possibilidade de controle.
✔️ Não deve haver metástases incontroláveis em outros órgãos.
✔️ O paciente deve ter boa função pulmonar e condições clínicas para suportar a cirurgia.
✔️ O número e a localização das metástases influenciam na indicação (lesões únicas ou múltiplas podem ser avaliadas caso a caso).

Técnicas cirúrgicas utilizadas

O objetivo principal é a remoção completa das lesões pulmonares, preservando ao máximo o tecido saudável.
As técnicas mais empregadas incluem:

• Ressecção em cunha (wedge resection): retirada de pequenas porções do pulmão onde está a metástase.

• Segmentectomia: remoção de um segmento pulmonar.

• Lobectomia: retirada de um lobo inteiro, indicada em casos mais complexos.

Atualmente, a cirurgia pode ser realizada de forma minimamente invasiva, através da videotoracoscopia (VATS) ou da cirurgia robótica, o que proporciona menos dor, recuperação mais rápida e menores complicações pós-operatórias.

Quais os resultados esperados?

Diversos estudos demonstram que pacientes bem selecionados podem ter sobrevida significativa após a ressecção de metástases pulmonares.

• A taxa de sobrevida em 5 anos varia entre 30% e 50%, dependendo do tipo de tumor primário, número de metástases e tempo livre da doença.

• Tumores como sarcomas, câncer colorretal, tumores renais e de mama são os que mais frequentemente se beneficiam da metastasectomia.

• A cirurgia, quando possível, pode prolongar a vida e em alguns casos até proporcionar a cura completa, especialmente em pacientes com lesão pulmonar única e sem outras metástases.

Conclusão

A cirurgia de metástases pulmonares é uma ferramenta importante da oncologia moderna. O papel do cirurgião torácico vai além da remoção de tumores primários do pulmão: ele também atua de forma decisiva no controle da doença metastática, oferecendo aos pacientes mais tempo e qualidade de vida.

Cada caso deve ser avaliado de forma individualizada, sempre em conjunto com oncologistas clínicos e radioterapeutas, para garantir a melhor estratégia de tratamento.

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Referências

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5. Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica (SBCT). Diretrizes para ressecção de metástases pulmonares.